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terça-feira, 24 de agosto de 2010

Ainda YOGA, sempre Yoga

Por que a gente pratica Yoga?

Tive um professor em Nova York que fez essa pergunta certa vez, durante uma aula de Yoga particularmente difícil. Estávamos todos dobrados naquela exaustiva postura lateral do triângulo, e o professor nos fazia manter a posição durante um tempo demasiado longo para o gosto de qualquer um de nós.
- Por que a gente pratica Yoga? — ele tornou a perguntar. — Será que é para ficarmos um pouco mais flexíveis do que os outros? Ou será que existe algum propósito maior?
Yoga, em sânscrito, pode ser traduzido como "união". A origem da palavra é o radical yuj que significa "pôr cangalha em", dedicar-se a uma tarefa com a disciplina de um boi. E a tarefa do Yoga é encontrar união - entre mente e corpo, entre o indivíduo e o seu Deus, entre nossos pensamentos e a origem de nossos pensamentos, entre professor e aluno, e até mesmo entre nós e nossos semelhantes às vezes tão pouco flexíveis. No Ocidente, conhecemos o Yoga sobretudo por meio de seus agora famosos exercícios para alongar o
corpo, mas isso é apenas o Hatha Yoga, um dos ramos dessa filosofia. Os antigos
desenvolveram esses alongamentos físicos não para deixar o corpo em forma, mas sim para soltar seus músculos e sua mente de modo a prepará-los para a meditação. Afinal de contas, é difícil permanecer sentado durante muitas horas se o seu quadril dói e impede você de contemplar a divindade que reside dentro de você porque está ocupado demais contemplando o seguinte pensamento: "Nossa, como o meu quadril está doendo."
Mas Yoga também pode significar tentar encontrar Deus por meio da meditação, por meio do estudo erudito, por meio da prática do silêncio, por meio do serviço da devoção, ou por meio de um mantra - a repetição de palavras sagradas em sânscrito. Embora algumas dessas práticas pareçam ter uma derivação bastante hinduísta, Yoga não é sinônimo de hinduísmo, nem todos os hindus são Yogues. O verdadeiro Yoga não compete com nenhuma religião, nem a exclui. Você pode usar o seu Yoga - as suas práticas disciplinadas de união sagrada - para se aproximar de Krishna, Jesus, Maomé, Buda ou Javé. Durante o tempo que passei no ashram, conheci devotos que se identificavam como praticantes do cristianismo, do judaísmo, do budismo, do hinduísmo e até do islamismo. Conheci outros que preferiam não falar de sua filiação religiosa, algo pelo qual, neste nosso mundo de disputas, não se pode culpá-los.
O caminho do Yoga consiste em desatar os nós inerentes à condição humana, algo que definirei aqui, de forma extremamente simplificada, como a desoladora incapacidade de sustentar o contentamento.
Ao longo dos séculos, diferentes escolas de pensamento
encontraram explicações diferentes para o estado de aparente falha inerente do ser humano. Os taoístas chamam-no de desequilíbrio; o budismo, de ignorância; o islamismo põe a culpa de nosso pesar na rebelião contra Deus; e a tradição judaico-cristã atribui todo o nosso sofrimento ao pecado original. Os freudianos afirmam que a infelicidade é o resultado inevitável de um embate entre nossas pulsões naturais e as necessidades da civilização. (Como explica minha amiga psicóloga, Deborah: "O desejo é uma falha de design") Os Yogues, no entanto, dizem que o descontentamento humano é um simples caso de identidade equivocada. Nós somos infelizes porque achamos que somos meros indivíduos, sozinhos com nossos medos e falhas, com nosso ressentimento e nossa mortalidade. Acreditamos equivocadamente que nossos pequenos e limitados egos
constituem toda a nossa natureza. Não conseguimos reconhecer nossa natureza divina mais profunda. Não percebemos que, em algum lugar dentro de todos nós, existe um Eu supremo que está eternamente em paz. Esse Eu supremo é a nossa verdadeira identidade, universal e divina. Se você não perceber essa verdade, dizem os yogues, estará sempre desesperado, idéia expressa de forma inteligente na seguinte frase irritada do filósofo estóico grego Epíteto: "Você leva Deus dentro de si, seu pobre desgraçado, e não sabe disso."
Yoga é o esforço que uma pessoa faz para vivenciar pessoalmente a sua divindade, e em seguida para sustentar essa experiência para sempre. Yoga é domínio de si e esforço dedicado a desviar a atenção de reflexões intermináveis sobre o passado e preocupações infindáveis com o futuro para, em vez disso, conseguir buscar um lugar de eterna presença, de onde se possa olhar com tranqüilidade para si mesmo e para o mundo ao redor. Somente dessa perspectiva de equilíbrio da mente é que a verdadeira natureza do mundo (e de você próprio) lhe será revelada.
Os verdadeiros yogues, de sua posição de
equanimidade, vêem este mundo todo como a mesma manifestação da energia criativa de Deus - homens, mulheres, crianças, nabos, piolhos, corais: tudo isso é Deus disfarçado.
Mas os yogues acreditam que a vida humana é uma oportunidade muito especial, pois somente na forma humana, e somente com uma mente humana, é que a percepção de Deus pode ocorrer. Os nabos, os piolhos, os corais - eles nunca têm a oportunidade de descobrir quem realmente são. Mas nós temos essa oportunidade. (do livro: "Comer, amar, rezar" de Elizabeth Gilbert

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Amor

O que é o amor? um sentimento, uma emoção de estar junto, um êxtase, uma benção, um sentir por tudo e por todos, uma expansão da consciência, uma percepção da unidade...com certeza é tudo isso e muito mais...amor é vida e é a única vida possível onde podemos ser felizes. Não dependemos de nada e de ninguém para vivermos esse estado de graça, por isso mesmo, é bom estar com o outro e poder partilhar essa maravilha de ser...quando os dois são amor, são expansões de consciência, então, estamos diante de uma comunhão...de almas, quiçá de corpos...Amor devemos ter e não procurá-lo, se o temos, dentro de nós, o único lugar onde ele pode estar...podemos estar com o outro sem escravizá-lo. Estar em liberdade e respeito ao ser que o outro é...Amor...uma palavra tão pequena para tanto poder, poder de mudar e transformar mesmo o metal em ouro, em diamante em tesouro...poder de realizar, sentir o êxtase de estar junto!

quarta-feira, 14 de abril de 2010

segunda-feira, 29 de março de 2010

Osho








"Qualquer caminho é apenas um caminho,
e não há ofensa para si ou para outro em abandoná-lo se é isto que o seu coração diz a você...
Olhe para cada caminho bem de perto, estudando-o cuidadosamente.
Experimente-o quantas vezes achar necessário.
Então pergunte a você mesmo, e somente a você mesmo uma questão:
"Esse caminho tem um coração? Se ele tem, é um bom caminho;
se não tem, é inútil".

D. Juan

Chuang Tzu




Quando a vida era plena não existia a história

Na época em que a vida na terra era plena, ninguém dava nenhuma atenção aos homens dignos,nem selecionava os homens capazes. Os soberanos eram apenas os galhos mais altos das árvores e o povo era como cervos na floresta. Eram honestos e corretos, sem imaginar que estavam cumprindo com o seu dever, amavam-se mutuamente, e não sabiam que isto se chamava "amor ao próximo". Não enganavam ninguém, e, no entanto, não sabiam ser "homens de confiança". Podia-se contar com eles, e ignoravam que isto fosse a "boa fé". Viviam juntos livremente, dando e recebendo, e não sabiam que eram homens de bom coração. Por este motivo, seus feitos não foram narrados. Não se constituíram em História.

domingo, 7 de março de 2010

A vida é uma luz

A luz está em nós, para acendermos essa luz é necessário a consciência, para nascer a consciência é preciso o silêncio. Quando o espírito busca a evolução, temos momentos de crise, em que ainda estamos no velho portal e outra porta mais iluminada se adianta a nossos olhos, um pé à frente entra pela porta mas o outro pé ainda está agarrado ao velho portal. Daí o momento de confusão, de entropia...ele é necessário...assim poderemos estar bem conscientes quando os dois pés estiverem entrando nesta porta, no momento novo e promissor. Aí então, a confusão e entropia se acabam e é só harmonia, até o próximo passo na evolução da consciência. Como ter a ordem sem a desordem? Apenas quando nossa mente silencia, acabam-se as dualidades e caminhamos em direção ao infinito, somos o infinito, somos luz, somos o universo, somos o Um com tudo o mais existente que está em nós e fora de nós ao mesmo tempo. É essa a alegria do silêncio que nos traz de volta à nossa casa primordial, ao nosso Eu quântico. E então não há mais dor, nem sofrimento, apenas a paz interior, apenas a luz...namastê!

Política

Política é uma doença



“Querido Osho,
Na noite passada, você disse que quando encontrar um lugar para se fixar, você começará a expor a hipocrisia dos políticos e governos do mundo, um por um.
Você ainda não me expôs. Por acaso, eu perdi a minha chance?

Milarepa, você não é um político. Você não precisa de qualquer exposição. Você é um sannyasin que já está dançando no sol, na chuva, no vento, nada escondendo dos outros.
Este é um dos princípios mais fundamentais do sannyas: nada esconder. Simplesmente estar aberto e disponível. Nenhuma porta e nenhuma janela de seu coração devem estar fechadas, assim a brisa fresca pode continuar entrando, mantendo-o sempre refrescado, sempre pronto para qualquer aventura, sempre esperando acontecer alguma coisa divina. Você se torna um anfitrião que está esperando pelo convidado.
As pessoas que se fecham e mantêm todas as janelas e portas fechadas, vivem num ar viciado, numa vida viciada. Nenhuma brisa nova consegue entrar para refrescá-las. Elas nunca se tornam jovens; elas já nasceram velhas ou talvez mortas. Elas nunca enfrentam uma aventura em busca do desconhecido. Elas têm muito medo de que alguma janela possa se abrir. Elas ficam preocupadas com ventos fortes. Elas se preocupam com um homem como eu, que nada mais é que um vento forte que fica batendo em sua janela fechada, e dizendo: ‘por favor, abra a janela’. Fechado por todos os lados, você já está em sua sepultura. (...)
Um sannyasin é alguém que escolheu um caminho no qual ele se abrirá para as pessoas, para as árvores, para os pássaros, para o oceano, para o rio. Ele não viverá no medo. O medo não será o seu sabor. A morte vem, como vem para todo mundo. E porque é certo que ela vem não há necessidade alguma de se ter medo dela. Na vida, exceto a morte, tudo é incerto, pode acontecer ou não. Mas, com relação à morte você pode ter certeza.
Se ela é absolutamente certa e ninguém em toda a história do mundo foi capaz de escapar dela, a sua preocupação é absolutamente desnecessária. A morte virá quando o tempo for oportuno. Ela não pode ser impedida. Assim, você pode esquecer tudo a este respeito. Essa questão não é sua. É uma questão da existência decidir quando vai mudar o seu corpo e lhe dar um novo, uma nova forma.
A sua questão é: viver agora e tão totalmente quanto for possível, não se preocupando com a morte, mas estando totalmente em amor com a vida.
Afirmação da vida é a essência do sannyas.
Milarepa, você não precisa de qualquer exposição. Ao tornar-se um sannyasin você aceitou expor-se por conta própria.
Os políticos precisam de exposição porque em seus armários existem muitos esqueletos. Todo político é um criminoso, mas um criminoso bem sucedido.
Existem dois tipos de criminosos: os que são bem sucedidos, que se tornam poderosos e fazem história, e os criminosos sem sucesso que são presos nas grades, nas prisões e morrem com uma morte infame; vivem e morrem inexpressivamente.
De vez em quando um criminoso bem sucedido é pego. O presidente Nixon, por exemplo, foi pego. Se ele não tivesse sido pego, nós nunca pensaríamos que ele era um criminoso. Ele poderia ter permanecido na história como um grande presidente de uma grande nação.
É importante lembrar o que Mao-Tsé-Tung, da China, disse quando Nixon, totalmente envergonhado, renunciou à presidência. Ele disse, ‘eu não compreendo de jeito algum que crime Nixon cometeu, porque nós, políticos, fazemos as mesmas coisas em todo lugar. O único erro daquele pobre homem foi ter sido pego, não que ele tenha cometido algum crime, mas ter sido pego.’
E você precisa saber que mesmo depois, quando Nixon já não era mais presidente, Mao-Tsé-Tung enviou um avião presidencial especialmente para pegá-lo e trazê-lo para passar umas férias na China, para lhe dar consolo e lhe dizer, ‘Você nada fez de errado. Não se sinta culpado. Todo político faz o mesmo: você apenas tem que ser cuidadoso ao fazer as coisas.’
Joseph Stalin matou mais de um milhão de russos e a Rússia não tinha um milhão de pessoas ricas. Aquele um milhão era de pessoas pobres, as pessoas para quem a revolução havia sido feita, em nome de quem Stalin tornou-se um ditador e estava governando o país. Por que aquelas pobres pessoas foram mortas? Elas não estavam conscientes de que ao escolher o Partido Comunista e fazer a revolução elas estavam cometendo um engano. Elas apenas pensavam que os comunistas iriam fazer todo mundo ficar rico. Elas não tinham outra idéia.
A idéia delas era simples, elas eram pessoas simples. Pensavam que quando o Partido Comunista estivesse no poder, todo mundo ficaria rico, feliz e empregado. Mas quando o Partido Comunista chegou ao poder, milhares de outras coisas começaram a acontecer, sobre as quais o povo não tinha nenhuma idéia.
Eles não fizeram a revolução e não lutaram contra o czar e seu reinado por causa dessas coisas. Primeiro eles ficaram chocados. O czar e toda a sua família - dezenove pessoas – foram brutalmente assassinados, e um deles era um bebê com apenas seis meses de vida. Eles não deixaram nem aquela garotinha viver, e ela nenhum mal tinha feito a quem quer que fosse, ela ainda nem sabia o que era a vida e nem estava preocupada com ricos e pobres nem com todo esse jargão. Eles os colocaram de pé numa fila e atiraram com uma metralhadora.
Quando as pessoas souberam, elas não podiam acreditar, porque elas nunca pensaram que as coisas aconteceriam assim. E logo outras coisas começaram a acontecer. As igrejas tiveram que se transformar em hospitais e escolas porque no Partido Comunista não tem deus. E nem acreditavam que o homem tivesse uma alma. Para eles a consciência era apenas uma combinação de elementos físicos, era um sub-produto, de modo que matar um homem não era diferente do que desmontar uma cadeira; tudo é matéria.
O povo pobre não estava consciente de que eles estavam fazendo a revolução e morrendo por ela para implantar o materialismo. E quando suas igrejas foram fechadas, eles começaram a lutar, quando suas bíblias lhes foram tiradas, eles começaram a combater. O resultado final foi que um milhão de pessoas foram mortas porque elas não estavam prontas para aceitar a ideologia comunista do materialismo.
Mas ninguém pensa no Stalin como um assassino. Ele será lembrado na história como um grande líder. E assassinos comuns que talvez tenham matado apenas um homem são condenados pela sociedade, pela lei, pelos tribunais. O que eles fizeram, a sociedade faz com eles. Ainda vivemos na idade da pedra, de milhões de anos atrás, quando a lei era olho por olho. ‘Se você atirar um tijolo em mim eu vou lhe atirar uma pedra.’ Esta era a lei. Esta ainda é a lei. Embora estas palavras não sejam mais usadas, o resultado final é o mesmo.
Adolf Hitler sozinho matou seis milhões de pessoas por um simples e estúpido desejo: dominar todo o mundo. E vocês não irão acreditar que na América, eu recebi uma carta do presidente do partido nazista americano ameaçando-me e dizendo que eu estava em perigo por ter criticado Adolf Hitler, ‘pois Adolfo Hitler era a reencarnação do profeta Elijah do Velho Testamento e sempre que você o critica, isso machuca nossos sentimentos religiosos.’ Adolf Hitler que matou seis milhões de pessoas seria a reencarnação de Elijah...
Nunca antes as pessoas foram mortas em tão grande quantidade e com tanta precisão científica. Ele construiu câmaras de gás. Mil pessoas podiam ser colocadas numa câmara de gás; apenas um interruptor era ligado e podia-se ver nas chaminés que, em poucos segundos, todas aquelas mil pessoas tinham desaparecido numa fumaça. Apenas os ossos permaneciam. Eles fizeram fossos com quilômetros de extensão que foram enchidos com os ossos. Depois da guerra, quando aqueles fossos foram abertos, ninguém acreditava que algum homem pudesse ter feito aquilo.
Mas ainda existem pessoas cujos ‘sentimentos religiosos’ são machucados. Eu nunca imaginei que criticar Adolf Hitler iria machucar os sentimentos religiosos de alguém, ao ponto dela ameaçar-me de morte caso eu fizesse aquilo de novo.

Os políticos, todos os políticos do mundo, têm muita coisa para esconder porque para conseguir a realização de sua ambição – tornar-se presidente, primeiro-ministro – eles têm que fazer tudo... Seja legal ou ilegal, moral ou imoral, não interessa. Os meios não interessam aos políticos, apenas os fins interessam. Se o fim for alcançado, então todos os meios estão certos.
Os políticos certamente precisam ser expostos porque até onde eu posso ver, se eles forem expostos completamente, a humanidade, pela primeira vez, será capaz de se livrar da política.
A política é uma doença e ela deve ser tratada exatamente como tal. Ela é mais perigosa do que câncer e se uma cirurgia for necessária, ela deverá ser feita. A política é basicamente suja. E não há como ser diferente porque milhares de pessoas estão desejando e aspirando a um cargo, e para consegui-lo elas naturalmente lutam, matam e fazem qualquer coisa.



Politics - Osho Zen Tarot

Toda a programação de nossa mente está errada. Nós fomos programados para sermos ambiciosos. E é aí que entra a política. Ela tem poluído a sua vida normal e não apenas o mundo habitual dos políticos.
Mesmo uma pequena criança já sabe sorrir para a mãe e para o pai com um sorriso falso, sem qualquer autenticidade. Ela sabe que sempre que sorri, ela é recompensada. Ela aprendeu a primeira regra para ser um político. Ela ainda está no berço e você já lhe ensinou política.
Nos relacionamentos humanos existe política em todo lugar.
O homem incapacitou a mulher. Isso é política.
Metade da humanidade é constituída por mulheres. O homem não tem direito algum de incapacitá-la, mas por séculos ele a tem incapacitado completamente. Ele não permitiu que ela tivesse acesso à educação. Ele não lhe permitiu sequer que ouvisse as escrituras sagradas. Em muitas religiões eles não permitiram que elas entrassem nos templos. Ou, se permitiram, elas tinham uma seção separada, elas não podiam ficar ao lado dos homens como iguais, mesmo perante Deus. (...)
O homem tem tentado de todas as maneiras cortar a liberdade da mulher.
Isto é política; isto não é amor.
Você ama uma mulher, mas não lhe dá liberdade. Que tipo de amor é este, que tem medo de dar liberdade?
Você a coloca numa gaiola como um papagaio. Você pode dizer que ama o papagaio, mas você não entende que o está matando.Você tirou todo o céu do papagaio e deu-lhe apenas uma gaiola. A gaiola pode ser feita de ouro, mas ela nada significa ao ser comparada com a liberdade dos papagaios no céu, movendo-se de uma árvore a outra, cantando suas canções – não aquela que você forçou-o aprender a cantar, mas aquela que lhe é natural, que lhe é autêntica.
A mulher continua fazendo as coisas que o homem quer. Pouco a pouco, ela vai esquecendo que ela também é um ser humano.
Na China, por milhares de anos, o marido podia matar a esposa. Somente em 1951 uma nova lei surgiu proibindo isto. Até 1951 o marido estava autorizado, caso ele quisesse, matar sua esposa, era uma questão que dizia respeito a ele. Ela era a sua mulher, uma posse. O sistema de leis não tinha interesse algum em interferir nas suas posses. E, além disto, na China pensava-se que a mulher não tinha alma; somente o homem tinha.
É por isto que na história da China você não encontra uma única mulher com a importância de um Lao Tzu, Chuang Tzu, Lieh Tzu, Confúcio, Mencius. Se você não tem alma, você é apenas uma coisa, não consegue competir com o homem.
Metade da humanidade, em todos os países, em toda civilização, foi destruída pela política de família. Você pode não chamar isto de política, mas é política. Sempre que existe um desejo de ter poder sobre outras pessoas, isto é política. O poder é sempre político, mesmo quando se trata de pequenas crianças. Os pais pensam que as amam, mas apenas em suas mentes, porque o que eles querem são crianças obedientes. E o que significa obediência? Significa que todo o poder fica nas mãos dos pais.
Se a obediência é uma grande qualidade, por que os pais não devem ser obedientes para com os filhos? Se essa é uma questão religiosa, por que os pais não devem obedecer aos filhos? Mas isto nada tem a ver com religião. Tudo isto é política escondida atrás de belas palavras.
O homem precisa ser exposto em todos os pontos em que a política entra, e ela entra em todo lugar, em todos os relacionamentos. Ela contaminou toda a vida do homem e continua contaminando.
Em suas escolas vocês ensinam as crianças a serem os primeiros da sala. Por que? Você já pensou na psicologia disto? A pessoa que chega primeiro começa a se tornar um egoísta: ela é a primeira. E a pessoa que chega por último começa a se sentir inferior. Qual a necessidade de se fazer isto? Os exames deveriam simplesmente ser abolidos.
Não há necessidade alguma de exames. Os professores podem simplesmente dar notas todos os dias da mesma maneira como eles controlam a freqüência. Eles podem dar notas todos os dias a todas as crianças e no final aquele que demonstrar maior aproveitamento passa mais cedo para uma classe mais elevada. Aquele que for um pouco mais preguiçoso, passará um pouco depois. Mas sem qualquer exame e sem a classificação de ‘primeira classe, segunda classe, terceira classe’. Isto se torna um estigma.
Se uma pessoa em todo o seu currículo escolar, no nível básico, médio e universidade, tiver sido sempre classificada como terceira classe, terá um reduzido senso de auto-respeito. O seu auto-respeito terá sido morto. Ela sabe que não tem valor. Todo mundo poderá exercer poder sobre ela.
Essa expressão ‘terceira classe’ tornou-se tão feia na Índia que se você perguntar a alguém, ‘com que classificação você passou?’ e se ele tiver passado como terceira classe, ele responderá, ‘classe Mahatma Gandhi’ porque Gandhi nunca obteve outra classificação. Ele sempre passou classificado como terceira classe e daí, por toda a sua vida ele viajava de trem de terceira classe. Assim, na Índia, ninguém fala que passou em terceira classe, mas na ‘classe Mahatma Ghandi’. É uma maneira de ocultar aquela classificação, de tapear a si mesmo.
É criada em você a ambição de que tem que ser alguém no mundo. Você tem que provar que não é uma pessoa comum, você é extraordinário. Mas, para que? A que propósito isto serve? Isto serve a um único propósito: se você se torna poderoso, os outros se tornam subservientes a você. Você é uma pessoa extraordinária. Eles são os pobres companheiros, eles são da classe Mahatma Ghandi. Eles, no máximo, conseguem ser balconistas e nada mais. Eles não têm coragem. Toda a humanidade foi castrada de maneiras diferentes, e esta castração é política.


The Miser - Osho Zen Tarot


Assim, aqueles que estão no poder se perpetuam através das gerações sucessivas. Agora na Índia, após quarenta anos de lutas pela liberdade, uma família tem dominado. Isto se tornou uma dinastia e não uma democracia. E é impossível removê-los porque em quarenta anos eles tomaram todas as providências para que não pudessem ser removidos. Eles se tornaram indispensáveis e colecionaram arquivos. Eu vi com meus próprios olhos os arquivos que Indira Gandhi costumava usar contra todos os outros políticos do seu próprio partido e os da oposição.
Em tais arquivos estão registrados todos os crimes que aqueles políticos cometeram, todos os subornos que eles aceitaram, todas as coisas ilegais que eles fizeram, todo abuso de poder que praticaram. Isto mantém aqueles políticos com medo de que Indira Gandhi possa expô-los, se forem contra ela. Aqueles arquivos passam de uma geração a outra dentro da mesma família. E isto representa um grande poder.
Vocês ficarão surpresos ao saber o que aconteceu quando o segundo filho de Indira, Sanjay Ghandi, morreu num acidente. Em

primeiro lugar ela era uma política e em segundo, era mãe. O avião dele caiu próximo de onde Indira morava. Assim que ela soube, correu para o local. Havia uma multidão e a polícia. O que ela perguntou primeiro não foi ‘Como está Sanjay? Ele está vivo ou morto? Como aconteceu o acidente?.’ O que ela perguntou foi, ‘Onde estão as duas chaves que ele carregava?’ Uma das chaves era do cofre onde todos aqueles arquivos estavam guardados e a outra era do dinheiro do ‘caixa 2’ para ser usado nas campanhas eleitorais – milhões de dólares.
Um político pode sacrificar tudo, mas ele não consegue sacrificar o seu poder; e isto é inconsciente. E quando disseram a ela que as duas chaves haviam sido encontradas e que estavam no posto policial; ao invés de ir para o hospital e ver as condições de seu filho, ela foi primeiro ao posto policial para pegar as duas chaves, porque elas eram mais importantes do que uma centena de Sanjay Ghandis. Ele poderia ser visitado depois. E, de qualquer forma, ele já estava morto.
Quando eu ouvi que a primeira coisa que ela perguntou foi pelas duas chaves, eu fiquei chocado... Não pela morte de Sanjay Ghandi. Pessoas morrem mesmo. Isto não é um grande problema. E cada um tem seu próprio estilo de morte. Uns morrem num acidente, outros morrem de outro jeito, outros, de uma maneira normal, deitados em suas camas. (...)
Sanjay Gandhi morreu num acidente. Aquele foi seu estilo de morrer. Isso não foi um problema, mas aquela mulher, que era uma mãe, perguntou pelas chaves! E não sobre a morte de seu filho, ou sobre o acidente. E ela correu ao posto policial, antes que as chaves pudessem se perder.
E vocês também ficarão surpresos ao saber que Indira Gandhi nunca viveu com seu marido por muito tempo. E foi um casamento por amor. Indira era uma brâmane hinduísta e seu namorado era um parsi. Era muito difícil para as mentes ortodoxas aceitarem aquele casamento. Mas a Indira era filha única de Jawaharlal. Ele não quis contrariá-la e ela estava inflexível: ela só se casaria se fosse com aquele homem; com nenhum outro. Assim ela casou-se com o jovem parsi. Jawaharlal aceitou o casamento.
Ela puxou o seu marido para a política também. Ele tornou-se membro do parlamento, mas ela raramente vivia com ele. Ele ficava muito irritado com isto. Eu o conheci. Ele realmente vivia muito frustrado porque Indira continuava morando com Jawaharlal. O poder estava com ele e ela era sua única filha.
Jawaharlal não teve filho e sua esposa estava morta. Havia toda possibilidade de que Indira lhe sucedesse. E o que seu marido podia lhe dar? Por fim, houve uma completa separação e ele começou a beber muito. Talvez ele tenha morrido pelo excesso de bebida.
Mas Indira continou a viver com seu pai, porque tudo estava ali, todo o poder do país estava concentrado ali. E dele ela recebeu todo o treinamento em política, todos aqueles arquivos. Quando ele morreu, ela se apossou de todos aqueles arquivos e de todo aquele dinheiro. O partido nada conseguiria ser sem ela. O partido teve que escolhê-la, porque as pessoas do partido, mesmo os principais líderes, estavam com medo pois ela tinha os arquivos. E ela tinha o dinheiro.
De que outra maneira você pode competir numa eleição? Particularmente num país como a Índia, onde você pode comprar um voto por apenas duas rúpias. Nada é preciso ser feito, apenas dê duas rúpias a uma pessoa e ela votará em você. Ela não tem idéia alguma sobre ideologia ou sobre democracia. Por dois mil anos a Índia tem sido escrava, assim as pessoas não têm idéia alguma sobre liberdade. Duas rúpias parecem ser mais importantes do que qualquer outra coisa; é mais sólido e mais tangível. Democracia e liberdade parecem ser palavras vazias para um povo faminto e moribundo. Duas rúpias parecem ser mais significantes. Assim, quem tiver o dinheiro, quem tiver os recursos e as conexões corretas para conseguir dinheiro, continuará no poder.
É impossível para a Índia livrar-se da família do Nehru. Eles declaram que é uma democracia, mas é apenas uma monarquia, uma dinastia. Esta é a situação em todo o mundo; é como as coisas funcionam. O povo só vê a aparência; ele não vê o que existe por dentro das coisas.
Eu realmente quero expor todo tipo de política. Eu não estou preocupado com os políticos, mas com a maneira como a política funciona: ela é feia, ela é desumana, ela é bárbara. Nós deveríamos viver de uma maneira não-política. Nossos relacionamentos deveriam ser não-políticos, senão, nós não teremos relacionamentos, mas apenas nomes, rótulos, e por trás desses rótulos o conteúdo é algo diferente.”

OSHO – The Path of the Mystic- Disc. 42 – pergunta n° 1
Tradução: Sw. Bodhi Champak

Copyright © 2006 OSHO INTERNATIONAL FOUNDATION, Suiça.
Todos os direitos reservados.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Vishnu e Lakshmi

Osho

Eu gostaria de um mundo onde os santos e os pecadores tivessem desaparecido. Eles são
dois aspectos da mesma moeda. Lao Tzu diz em seu Tao Te Ching: "Quando o mundo era realmente
natural e religioso não havia santos nem pecadores". Quando os santos entraram no mundo,
apareceu o pecado. Dizendo que alguém é um santo, você deu início às divisões: o bom e o mau, o
que pode ser feito e o que deve ser evitado. Você não aceita a vida em sua totalidade; tornou-se um
escolhedor. E eu ensino a atenção sem escolha. Não o ensino a escolher, pois seja o que for que
você escolha é uma escolha errada
— porque haverá um escolhedor. Aceite o total e não fique rotulando as coisas — isto é
bom e aquilo é mau.
A divisão entre o pecador e o santo é de novo uma divisão egoísta. É muito opressiva. É
condenadora. É cheia de ódio. Os santos olham para você com olhos de "sou mais sagrado do que
você" — "sou o escolhido, vou para o céu e você vai para o inferno". Não, essa não é absolutamente
a minha maneira de ver. Declaro que você também é sagrado, é divino. Não existe um único ser que
não seja sagrado. Para mim, a palavra 'sagrado' significa total. Nós pertencemos a um todo; somos
todos sagrados. Somos partes de uma consciência universal. Somos ondas de um oceano. É isto o
que Kabir dizia ontem: a onda não é diferente do oceano. Mesmo que a onda esteja suja, faz parte
do oceano tanto quanto a onda limpa.
E o que você chama de sujo e de limpo? São todas concepções humanas. Uma pessoa
pode ser um santo num país e não ser considerado um santo no outro. Uma pessoa pode ser santa
num século e não ser considerada santa num outro século. Pense nisto: Muhammad com uma
espada em suas mãos. Pode qualquer jainista ou budista chamá-lo de santo? É impossível. Uma
espada nas mãos? Muhammad não pode ser chamado de santo pelos jainistas e budistas. Podem os
muçulmanos chamar Mahavir ou Buda de santos? Enquanto as pessoas sofrem e são torturadas,
você fica sentado sob a sua árvore hodhi sem fazer nada? Que espécie de santidade é essa? São
escapistas e não santos.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010


E se você puder ser feliz quando está só, aprendeu o segredo de ser feliz. Agora pode ser
feliz junto com o outro. Se você é feliz, tem então alguma coisa para compartilhar, para dar. E
quando dá, você recebe; não há outra maneira. Surge então uma necessidade de amar alguém.
Geralmente, a necessidade é a de ser amado por outro. É uma necessidade errada, uma necessidade
infantil; você é imaturo. É uma atitude infantil.

Amor


Relacionamento: Amor e Liberdade (OSHO)


Primeiro Seja - Relacionar-se é uma das maiores coisas da vida: é amar,
compartilhar. Para amar é preciso transbordar de amor e para compartilhar é
preciso ter (amor). Quem se relaciona respeita e não possui. A liberdade do
outro não é invadida, ele permanece independente. Possuir é destruir todas
as possibilidades de se relacionar. Relacionar é um processo. Relacionamento
é diferente de relacionar-se: é completo, fixo, morto. Antes devemos nos
relacionar conosco mesmos e escutar o coração para a vida ir além do
intelecto, da lógica, da dialética e das discriminações. É bom evitar
substantivos e enfatizar os verbos. A vida é feita de verbos: amar, cantar,
dançar, relacionar, viver.
O Outro Dentro de Você - Nada machuca mais do que quando um sonho é
esmagado, uma esperança morre, o futuro se torna escuro. A frustração
representa uma parte muito valiosa no crescimento espiritual. A nova
psicologia está baseada nas experiências da escola mais antiga, tantra.
Qualquer um que seja dependente de alguém, odeia essa pessoa.
Ciúme - Quando há atração sexual e o ciúme entra é porque não há amor. Há
medo, porque o sexo é uma exploração. O medo se torna ciúme. Não se pode
amar alguém não-livre, pois o amor só existe se dado livremente, quando não
é exigido, forçado e tomado. Quanto mais controlamos, mais "matamos" o
outro. As causas do ciúme estão dentro de nós; fora estão só as desculpas. O
amor não pode ser ciumento. Ele é sempre confiante. Confiança não pode ser
forçada. Se ela existir, segue-se por ela. Senão, é melhor separar, para
evitar danos e destruição e poder amar outra pessoa. Quando amamos alguém,
confiamos que não quererá outro. Se quiser, não há amor e nada pode ser
feito. Só através do outro tornamo-nos conscientes de nosso próprio ser. Só
num profundo relacionar-se o amor de alguém ressoa e mostra sua
profundidade: assim nos descobrimos. Outra forma de autodescoberta, sem o
outro, é a meditação. Só há dois caminhos para chegar ao divino: meditação e
amor.
Do Sexo ao Samadi - Só temos uma energia que, no mais baixo, é sexual.
Refinada, transforma-se pela alquimia da meditação e torna-se amor ou
oração. O sexo é o fenômeno mais importante da vida. É natural, não exige
preocupação. Repressão é esconder energias impedindo sua manifestação e
transformação. Até hoje nenhuma sociedade encarou o sexo naturalmente. O
sexo revela que somos dependentes. As pessoas egoístas são contra o sexo (?)
Nele sempre há o risco de rejeição. Nele nos tornamos animais, porque
naturais. Quando aceitamos o passado, o futuro se torna uma abertura. O
tantra usa o ato sexual rumo à integridade, se nos movermos nele
meditativamente, sem controle, com loucura, sem tempo, sem ego,
naturalmente. Tantra é um longo caminho do sexo ao samadi. Samadi é o
supremo gol; sexo é só o primeiro passe. Uma pessoa se torna Buda quando o
sexo é transformado em Samadi. É bom mover-se no sexo, mas permanecer
observador. A meditação é a experiência do sexo sem sexo. O sexo é um fim em
si mesmo e no presente. Sem amor o ato sexual é apressado. Sem pressa,
estando no presente, caminha-se para a comunhão, a entrega, a
espiritualidade, o relaxamento, o fluir, a fusão, o êxtase, o Samadi. Não há
necessidade de ejaculação. Quanto mais observamos, mais nossos olhos são
capazes de ver, mais são perceptivos. "O homem e a mulher são dois polos
diferentes, o polo positivo e negativo da energia. Seu encontro provoca um
circuito e produz um tipo de eletricidade. O conhecimento dessa eletricidade
é possível se o período de cópula puder ser mantido por um período mais
longo. Então uma alta carga, produzindo uma auréola de eletricidade evoluirá
por si mesma. Se as correntes dos corpos estiverem num abraço total e
completo, pode-se até mesmo ver um lampejo de luz na escuridão."
Relacionamento como um Espelho - O amor se relaciona, mas não é
relacionamento, que é algo acabado. Ele é como um rio fluindo,
interminavelmente. Há flores do amor que só desabrocham após uma longa
intimidade. Relacionar-se significa que estamos sempre começando, sempre
tentando nos tornar conhecidos. A alegria do amor está na exploração da
consciência. Quando investigamos o outro, fazemos o mesmo conosco.
Aprofundando-nos no outro, nos aprofundamos em nós mesmos. Tornamo-nos
espelhos para o outro e o amor torna-se meditação. Quando mais descobrimos,
mais misterioso o outro se torna: o amor é uma aventura constante. Quando
estamos apaixonados, a linguagem não é necessária. O amor não escraviza, não
é possesivo nem exigente. Ele liberta, permitindo aos amantes voarem alto,
em direção a Deus. Quando apreciamos nossa solidão, nos tornamos
meditadores. Só quem é capaz de ser feliz sozinho pode contribuir com a
felicidade de outro.
Amor Verdadeiro - Quando há dependência não há maturidade nem amor, há
necessidade. Usa-se o outro, o que é desamoroso. Ninguém gosta de ser
dependente, porque a dependência mata a liberdade. Os homens sempre querem
mulheres que sejam "menos" do que eles. A maturidade vem com o amor e acaba
com a necessidade. Amor é luxo, abundância. É ter tantas canções no coração,
que é preciso cantá-las, não importando se há quem ouça. Quando somos
autênticos, temos a aura do amor. Quando não, pedimos amor aos outros. Quem
se apaixona não tem amor e, assim, não pode dar. Quem é maduro não cai de
amor, mas se eleva nele. Duas pessoas maduras que se amam, ajudam-se a se
tornarem mais livres. Liberdade, moksha, é um valor mais elevado que o amor.
Por isso é que o amor não vale a pena se a destruir.
Solidão e Solitude - Na solitude estamos constantemente encantados conosco
mesmos. Ela é abençoada, um profundo preenchimento, que nos mantém centrados
e enraizados. Ela é independente. Todos são um fim em si mesmos. Ninguém
existe para ser usado. Quem está no pico da solitude só se atrai por quem
também esteja só. Dois solitários olham um para o outro, mas dois que
conheceram a solitude olham para algo mais elevado. Se estão felizes consigo
mesmos, tornam-se companheiros. As palavras felicidade e acontecimento têm a
mesma raiz em inglês. Porque a felicidade simplesmente acontece. Para ser
feliz é preciso deixar acontecer. O caminho do amor deve ser tomado com
tremenda consciência e o da consciência, com tremendo amor. Depois de cada
experiência profunda nos sentimos sós e tristes: seja um grande amor ou uma
meditação. Por isso muitos evitam experiências profundas. A solitude é bela
e livre. É um momento em que o outro não é necessário. Após essa liberdade o
amor é possível. O amor traz solitude e a solitude traz amor. Já a solidão
não cria amor; apenas necessidade. Ela pode matar. Dois solitários não
conseguem se relacionar porque isso não ocorre a partir da necessidade.
Solitude é uma flor desabrochando, é positiva, saudável. Só o amor dá a
coragem de sermos sós. Só assim acumulamos energia até transbordar e
transformar-se em amor. Sós, acumulamos amor, celebração, dança, energia,
prazer, vida. Só o excesso de energia possibilita o orgasmo, que não é um
alívio, mas celebração.

Osho

Yoga é um aperfeiçoamento decisivo. É uma total reviravolta. Quando não estão se movendo para o futuro, não se deslocam para o passado, então você começa a se mover dentro de si mesmo - porque sua vida é aqui e agora, e não no futuro. Estar presente aqui e agora, você pode absorver essa realidade. Mas então a mente tem de estar aqui. Yoga é uma ciência - é apenas um acidente que os hindus a tenham descoberto. Não é hindu. É uma matemática pura do ser interior. Portanto, um muçulmano pode ser um yogue, um cristão pode ser um yogue, um Jain, um bauddha pode ser um iogue. Yoga é a ciência pura, e Patanjali é o maior nome do Yoga. Este homem é raro. Não há nenhum outro nome, comparável à Patanjali. Pela primeira vez na história da humanidade, este homem trouxe a religião para o estado de uma ciência: ele fez da religião uma ciência. Porque as chamadas religiões precisam de crenças. Não há outra diferença entre uma religião e outra, a diferença é apenas de crenças. Um muçulmano tem certas crenças, um hindu certas crenças, um cristão certas crenças. A diferença é de crenças. Yoga não tem nada, tanto quanto a crença está em causa; yoga não diz acreditar em qualquer coisa. Yoga acredita na experiência. Assim como a ciência diz experimento, yoga, diz a experiência. Experimento e experiência são a mesma coisa, os seus sentidos são diferentes. Experimento significa algo que você pode fazer fora; experiência significa algo que você pode fazer lá dentro. A experiência está dentro de um experimento (do livro de Osho: "O Alfa e o Ômega")